5 Carros Que é Piada Para o Mercado
No Brasil, os automóveis costumam gerar intensos debates. Enquanto alguns modelos são aclamados e vendidos rapidamente, outros enfrentam uma rejeição total. Um veículo que uma montadora acredita ter grande potencial pode, na prática, se tornar um fiasco, mesmo apresentando boas qualidades. Diversos fatores podem contribuir para esse insucesso, como lançamentos mal planejados, estratégias de marketing equivocadas ou até mesmo a resistência do consumidor brasileiro. Neste texto, vamos explorar cinco carros que se tornaram verdadeiros micos no mercado de usados.
Guia do Conteúdo
Ford Fiesta e EcoSport com Motor Supercharger
Nos anos 2000, antes de o Volkswagen up! TSI convencer os brasileiros sobre as vantagens dos motores 1.0 turbo, tanto a Ford quanto a Volkswagen tentaram introduzir essa tecnologia, mas sem sucesso. A Volkswagen lançou o Gol Turbo, que até teve uma aceitação moderada, mas o verdadeiro fracasso ficou com os modelos da Ford equipados com o motor Supercharger, especialmente o EcoSport.
Entre 2003 e 2006, o Fiesta, o Fiesta Sedan e o EcoSport contaram com a opção do motor 1.0 Supercharger, que entregava 95 cv e 12,6 kgfm de torque, contrastando com o motor 1.6 aspirado, que oferecia 111 cv e 15,8 kgfm. O grande problema do motor 1.0 sobrealimentado era seu consumo elevado, pois ele gastava mais combustível do que o 1.6, além de ter um desempenho inferior e requerer manutenções mais caras. A aceitação negativa foi rápida e, em pouco tempo, esses modelos se tornaram considerados micos.
Kia Rio
O Kia Rio chegou ao mercado brasileiro com grande expectativa, visto como uma alternativa ao Hyundai HB20, que na época não tinha um design tão atraente. O Kia, produzido em Piracicaba, contava com um visual mais atraente e uma associação ao nome de uma cidade famosa, mas acabou não correspondendo às expectativas. Lançado com preços altos e sem opções de motor turbo, não trouxe diferenciais que o destacassem entre os concorrentes.
Importado do México, o Kia Rio foi disponibilizado em duas versões, mas uma delas foi rapidamente retirada do mercado. O modelo contava com um motor 1.6 e câmbio automático, que eram adequados, mas se mostraram ultrapassados em comparação aos concorrentes. Produzido apenas durante os anos de 2020 e 2021, muitos consumidores nem chegaram a ver um Kia Rio nas ruas, tornando sua presença tão rara que era mais comum avistar uma Ferrari.
Chevrolet Vectra GT
Na época em que os SUVs ainda não dominavam o mercado, a Chevrolet lançou o Vectra GT, um hatch médio que pretendia competir com outros modelos da categoria. O Astra, também da marca, era um sucesso, mas o Vectra GT, que na verdade era um Opel Astra de uma geração mais recente, nunca emplacou como esperado.
Lançado em 2007, o Vectra GT era um dos hatches médios menos vendidos no Brasil, enfrentando até mesmo a concorrência de modelos como o Nissan Tiida. As razões para esse insucesso incluíam seu design pouco atraente, especialmente a traseira, e o uso do nome Vectra, que confundia os consumidores, já que o carro se parecia mais com um Astra. Além disso, seu motor 2.0 aspirado apresentava alto consumo de combustível, e o câmbio automático de quatro marchas não colaborava com a eficiência.
Volkswagen Bora
Embora tenha permanecido por uma década no Brasil, o Volkswagen Bora sempre foi um carro pouco conhecido. Derivado da quarta geração do Golf, o Bora acabou sendo ofuscado por dois outros sedãs da marca que o precederam e sucederam: o Santana e o Jetta. O Santana, famoso entre os taxistas e símbolo de status nos anos 80, e o Jetta, que reposicionou a marca no segmento de sedãs premium.
Leia Também: Melhores SUVs de 7 Lugares para Comprar
O Bora, na essência, era um Golf com um design menos esportivo e uma traseira distinta. O câmbio automático de quatro marchas e seu espaço interno mais restrito em comparação com rivais como Toyota Corolla, Honda Civic e Chevrolet Vectra também contribuíram para sua falta de popularidade. Além disso, uma reestilização pouco atrativa em 2008, que se inspirou em modelos chineses, prejudicou ainda mais suas vendas.
Citroën C3 Picasso
Num momento em que as minivans começavam a perder espaço no mercado, a Citroën lançou o C3 Picasso como uma alternativa mais urbana ao crossover Aircross, que já era conhecido no Brasil. Revelado em 2010, o C3 Picasso nunca conseguiu conquistar o público, resultando em vendas muito baixas. Em 2014, por exemplo, não ultrapassou a marca de 4 mil unidades comercializadas.
Os consumidores preferiam a estética aventureira do Aircross, o que tornou o C3 Picasso menos atraente. Como consequência, quando o Aircross recebeu uma atualização, a Citroën decidiu dotá-lo de um motor 1.5, anteriormente exclusivo da Picasso, e descontinuou a minivan. Essa decisão foi tão discreta que muitos consumidores nem perceberam que o C3 Picasso havia deixado de existir.
Conclusão
Esses cinco modelos representam casos em que as expectativas do mercado não foram atendidas, resultando em veículos que rapidamente se tornaram micos. Seja pela falta de inovação, falhas no marketing ou simplesmente por não atender às demandas dos consumidores, eles são exemplos de como o sucesso no mercado automotivo pode ser efêmero. As experiências desses modelos ressaltam a importância de entender as necessidades e preferências do consumidor, além de considerar o momento adequado para o lançamento de novos produtos.