Jeep Renegade Longitude Night Eagle 2025 Realmente é Bom? Veja!
O Jeep Renegade, um dos SUVs compactos mais icônicos do mercado brasileiro, está prestes a completar 10 anos de existência em 2025. Lançado em 2015, o modelo rapidamente conquistou uma legião de fãs, consolidando-se como um dos principais responsáveis pela popularização dos SUVs no Brasil. Contudo, como qualquer modelo que permanece no mercado por tanto tempo, o Renegade enfrenta agora uma concorrência cada vez mais acirrada, com o surgimento de novos rivais, muitos dos quais superaram o modelo em aspectos cruciais.
Neste contexto, a versão Longitude Night Eagle da linha 2025 do Renegade chega como uma tentativa de revitalizar o modelo, oferecendo alguns atrativos e ajustes que podem agradar aos consumidores. No entanto, o que antes era um grande destaque no mercado, hoje já encontra desafios que podem comprometer sua liderança no segmento. Neste texto, faremos uma análise detalhada da versão Longitude Night Eagle, suas qualidades, falhas e como ela se posiciona em meio a um mercado de SUVs que nunca esteve tão competitivo.
Guia do Conteúdo
O Renegade e Sua Trajetória no Mercado Brasileiro
Quando o Jeep Renegade foi lançado no Brasil, ele trouxe algo novo: um SUV compacto com ares de aventura, com um design robusto e imponente, algo que se destacava entre os modelos mais comuns da época. A marca Jeep, conhecida por seus SUVs de alto desempenho e capacidade off-road, conseguiu cativar os brasileiros, que procuravam um modelo com uma pitada de aventura, mas sem abrir mão do conforto urbano. No entanto, enquanto o Renegade ocupava um nicho específico, os concorrentes começaram a aprender com o modelo e a oferecer alternativas mais bem ajustadas às necessidades dos consumidores.
Ao longo dos anos, o Renegade se manteve relevante, mas agora, em 2024, sua posição de liderança começa a ser contestada por outros modelos de peso. O Hyundai Creta, o VW T-Cross, o Chevrolet Tracker, o Nissan Kicks e até mesmo o Fiat Fastback são apenas alguns dos nomes que conquistaram espaço no segmento, muitos deles superando o Renegade em diversos aspectos, como desempenho, conforto, espaço interno e, até mesmo, preços mais competitivos.
Em 2024, o Renegade já não é mais o SUV mais vendido do Brasil. A versão Night Eagle, que seria um atrativo para quem ainda busca esse modelo, chega com um preço de R$ 172.990, o que a coloca diretamente contra modelos topo de gama de seus concorrentes, muitos dos quais oferecem mais tecnologia, maior capacidade de carga e desempenho superior, pelo mesmo preço ou até menos.
A Evolução do Renegade e a Versão Longitude Night Eagle 2025
A versão Longitude Night Eagle traz uma série de ajustes estéticos e tecnológicos que buscam dar um novo fôlego ao Renegade. Comparado à versão Longitude convencional, que custa R$ 5.000 menos, o Night Eagle é um modelo mais sofisticado, com detalhes que o tornam visualmente mais atraente, mas sem mudar substancialmente a proposta do SUV.
Entre as melhorias, podemos destacar a adicional de rodas de liga leve de 18 polegadas, acabamento escurecido nas rodas e emblemas, além de bancos em couro, volante revestido em couro e sensor de estacionamento traseiro. O modelo também ganhou carregador sem fio para celulares, algo que já se tornou comum em carros mais modernos. Outro destaque da versão é a chave presencial, que adiciona praticidade no uso diário do veículo.
O pacote de equipamentos inclui ainda monitor de ponto cego, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis e comutador automático de farol alto, características que buscam elevar a segurança e a comodidade do motorista. No interior, o Renegade Longitude Night Eagle 2025 mantém os itens de conforto da versão convencional, como ar-condicionado automático de duas zonas, tela multimídia de 8,4 polegadas com espelhamento sem fio, e painel de instrumentos digital de 7 polegadas. Esses itens são altamente valorizados pelos consumidores e mostram que a Jeep está se esforçando para manter o modelo competitivo.
No entanto, uma grande ausência no pacote de itens de série é o teto solar, disponível apenas nas versões superiores do Renegade, o que pode ser um ponto negativo para quem busca um veículo mais completo.
Em termos de segurança, o Renegade Longitude Night Eagle 2025 conta com 6 airbags, frenagem autônoma de emergência, e os já mencionados sistemas de assistências à condução, como o monitoramento de ponto cego e o sensor de chuva. A segurança do modelo é um de seus pontos fortes, mas ainda assim, há concorrentes que oferecem sistemas de assistência mais avançados, como controle de cruzeiro adaptativo e assistente de permanência em faixa.
Desempenho e Conforto: O Que Realmente Importa
Sob o capô do Renegade Longitude Night Eagle 2025 está o motor 1.3 turbo flex da Stellantis, que entrega até 185 cv de potência e 27,5 kgfm de torque quando abastecido com etanol. Esse motor representa uma evolução em relação à versão anterior do Renegade, que contava com o motor 1.8 aspirado, muito criticado por seu desempenho abaixo do esperado para um SUV dessa categoria. A introdução do motor turbo trouxe uma melhora significativa, colocando o Renegade em uma posição mais competitiva em termos de desempenho.
O câmbio automático de 6 marchas combina bem com o motor, mas ainda peca pela falta de marchas adicionais, o que pode ser percebido principalmente em acelerações mais intensas. Modelos como o Hyundai Creta Ultimate, com motor 1.6 turbo e câmbio de 7 marchas, oferecem uma resposta mais imediata, enquanto o Renegade, mesmo com o motor turbo, demora um pouco para entregar o desempenho esperado, especialmente em arrancadas.
A tração do Renegade é 4×2, o que significa que ele não é um modelo preparado para off-road pesado, embora seja capaz de enfrentar terrenos mais leves, como estradas de terra e asfalto irregular. Para quem busca um modelo com tração integral, a versão Trailhawk (custo de R$ 174.990) ainda é a melhor opção, oferecendo uma tração 4×4 e câmbio automático de 9 marchas.
Em termos de conforto, o Renegade Longitude Night Eagle é bastante eficiente, especialmente em viagens longas. A suspensão McPherson independente nas quatro rodas é um dos pontos altos do modelo, proporcionando uma condução firme, mas confortável, mesmo em estradas irregulares. Isso foi especialmente perceptível durante a avaliação em que o Renegade foi usado para uma viagem de São Paulo a Paraty, com cinco passageiros e bagagens.
No entanto, o espaço interno continua sendo um ponto fraco do Renegade. O entre-eixos de 2.570 mm é abaixo da média para SUVs compactos, o que impacta diretamente o conforto dos passageiros no banco traseiro. Durante a viagem, os ocupantes do banco de trás reclamaram do espaço limitado para as pernas e da ausência de saídas de ar-condicionado traseiras, o que fez com que a temperatura no banco traseiro fosse muito mais quente do que na parte da frente. Além disso, o porta-malas de 320 litros é outro ponto negativo, especialmente quando comparado com o de outros SUVs da categoria, como o Renault Duster (475 litros) e o Fiat Fastback (516 litros).
O Fim do Encanto: O Que Mudou?
O Renegade, que já foi um dos modelos mais desejados do mercado brasileiro, hoje enfrenta uma dura realidade: a concorrência aprendeu com seus pontos fortes e fracos e oferece soluções mais completas e equilibradas. O design, que antes era um grande atrativo, hoje já está ultrapassado. As linhas quadradas, que deram ao Renegade uma aparência única, já não têm o mesmo impacto, e o modelo agora parece mais cansado, sem o frescor de quando foi lançado.
Além disso, a falta de espaço interno e o desempenho ainda aquém de alguns concorrentes tornam o Renegade uma opção menos atraente para aqueles que buscam um SUV compacto para o uso diário. O preço de R$ 172.990 da versão Night Eagle coloca o modelo em um patamar em que ele precisa competir diretamente com versões mais completas de outros SUVs, que oferecem mais tecnologia, mais espaço e melhor desempenho.
O mercado brasileiro, que tanto adorou o Renegade nos últimos anos, parece estar começando a virar a página. A fórmula que deu tão certo no passado agora precisa ser repensada, pois os consumidores buscam um modelo que entregue mais por um preço similar ou até mais baixo.