Bugatti pode construir postos de gasolina na casa dos clientes?
Em meio às crescentes discussões sobre o futuro da mobilidade e a transição para veículos elétricos, surgem vozes dissonantes que projetam um cenário diferente para os automóveis a combustão além do ano de 2035. Entre essas vozes, destaca-se a de Mate Rimac, CEO da renomada fabricante croata de carros elétricos hiperesportivos, Rimac Automobili. Contrariando as expectativas do mercado, Rimac oferece uma perspectiva única sobre a continuidade dos carros movidos a gasolina.
Durante sua participação no FT Future of the Car Summit, realizado em Londres, Rimac expressou ceticismo em relação às previsões que apontam para o fim das vendas de carros a combustão em 2035. Segundo ele, uma análise cuidadosa da legislação não corrobora essa visão terminal. “As manchetes anunciam o fim dos motores a combustão em 2035, mas ao examinar os detalhes da regulamentação, fica claro que não existe uma proibição absoluta. Haverá desafios e possíveis penalidades, mas a produção desses veículos ainda será viável”, afirmou o executivo.
A posição de Rimac não é apenas teórica. Como líder de uma marca que se destaca pela exclusividade e inovação no setor automotivo e agora responsável pela Bugatti – marca francesa símbolo de luxo e desempenho que recentemente passou para as mãos da Rimac – ele vê oportunidades únicas para adaptar-se às mudanças do mercado sem abandonar os motores a combustão.
Uma das propostas mais inovadoras apresentadas por Mate Rimac é o desenvolvimento de uma rede exclusiva de postos de abastecimento Bugatti. Ao invés de optar por localizações tradicionais, esses postos seriam instalados diretamente nas residências dos clientes, oferecendo gasolina sintética como alternativa sustentável. Esta solução não apenas contorna os desafios impostos pelas regulamentações ambientais, mas também eleva o nível de exclusividade e personalização no atendimento aos proprietários dos veículos.
A gasolina sintética, esperada para ganhar popularidade na próxima década, representa um avanço significativo em direção à neutralidade de carbono. Produzida sem emissões diretas de CO2 e com potencial para capturar o carbono atmosférico, ela emerge como uma alternativa promissora frente aos combustíveis fósseis tradicionais.
“Imagine postos de combustível Bugatti personalizados instalados nas casas dos nossos clientes, abastecendo seus veículos com combustíveis sintéticos”, vislumbra Rimac. Este conceito revolucionário reflete uma abordagem estratégica para manter a relevância dos carros a combustão num futuro dominado por veículos elétricos e movidos a hidrogênio.
Enquanto o mercado automotivo global caminha para uma era cada vez mais elétrica, iniciativas como as propostas por Mate Rimac evidenciam que ainda há espaço para inovação e diversidade na indústria. A transição para veículos mais sustentáveis é inegável, mas talvez o fim dos motores a combustão não seja tão iminente quanto previsto.
