BYD Dominando o Brasil: O Que Você Precisa Saber Sobre o Crescimento Explosivo da Marca!
A BYD, gigante chinesa do setor automotivo, está alcançando uma marca impressionante no mercado brasileiro. Com um crescimento de 56% nas vendas nos primeiros meses de 2025, a marca está claramente conquistando uma fatia significativa do mercado de veículos leves no Brasil. Enquanto as vendas gerais no país aumentaram apenas 8,6% em comparação ao mesmo período do ano passado, a BYD obteve um desempenho quase sete vezes superior, registrando mais de 15.600 unidades vendidas, o que representa 60% do crescimento total em vendas no período. Esse crescimento é um reflexo direto da estratégia agressiva da marca, que fez do Brasil seu maior mercado fora da China.
Em 2024, a BYD já havia mostrado um aumento espetacular em suas vendas, com um crescimento de 328%, somando 76,8 mil unidades no total. A marca agora ocupa a nona posição no ranking geral de vendas, com uma participação de mercado de 4%, um aumento de 1 ponto percentual em relação ao ano passado. Durante o ano de 2024, a empresa se destacou como líder no mercado de importados, representando 64% de todos os emplacamentos de veículos provenientes da China. Este sucesso se estende ao começo de 2025, com o ritmo de vendas mostrando sinais claros de aceleração.

Entre os modelos mais vendidos da BYD, o híbrido plug-in Song se destacou, com um aumento de 71,5% nas vendas, com 5.900 unidades emplacadas. Este modelo se tornou o 23º veículo mais vendido no Brasil, responsável por um terço das vendas totais da marca no período. O elétrico Dolphin Mini, por sua vez, também apresentou resultados expressivos, com 4.100 unidades emplacadas, consolidando-se como o 29º modelo mais vendido no Brasil. A forte presença desses modelos no mercado brasileiro é uma parte crucial do sucesso da marca, que continua a apostar alto no crescimento da eletrificação no país.
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Estratégia de Estoque e Seus Efeitos no Mercado
No entanto, o impressionante crescimento da BYD não vem sem alguns desafios. Estima-se que, ao final de 2024, a empresa tenha acumulado mais de 40 mil veículos estocados em pátios de portos no Brasil, um volume que reflete a aceleração das importações realizadas em junho do ano passado. Esse movimento foi uma resposta direta à alta iminente dos impostos de importação sobre híbridos e elétricos, que ocorrerá em julho de 2025. Para evitar esse aumento, a BYD investiu massivamente – cerca de R$ 10 bilhões – na formação de estoques, o que gerou um volume de carros considerável e resultou em distorções no mercado.
O reflexo disso foi o grande número de ofertas e descontos significativos para ajudar a limpar o estoque, o que levou alguns modelos a serem vendidos com descontos de até R$ 30 mil no final de 2024. Essa prática acabou desvalorizando rapidamente os carros vendidos anteriormente por preços mais altos, o que gerou frustração entre alguns consumidores. Além disso, o alto volume de estoque também prejudica a renovação da linha de produtos, uma vez que a empresa precisa primeiro liquidar os modelos antigos antes de lançar novas versões, o que acelera a depreciação desses veículos.
O Potencial de Preço e a Margem de Lucro
Uma análise mais aprofundada mostra que a estratégia da BYD é bastante vantajosa, tanto para a marca quanto para o consumidor. De acordo com um estudo da Rhodium Group, a BYD poderia cortar seus preços na Europa em até 30% e ainda manteria a mesma margem de lucro que obtém na China. No Brasil, o modelo elétrico Dolphin, por exemplo, é vendido por cerca de US$ 28 mil, enquanto na China, o mesmo carro custa apenas US$ 12,6 mil. Esse diferencial de preços, resultante dos altos impostos e da taxa de importação, tem permitido à empresa manter uma estrutura de custos favorável, apesar das dificuldades de produção local.

Impacto do Imposto de Importação e as Perspectivas para o Futuro
Com o aumento dos impostos de importação previsto para julho de 2025, a BYD deve acelerar ainda mais as importações de seus modelos para o Brasil, aproveitando as alíquotas mais baixas enquanto elas duram. Esse movimento não será exclusivo da BYD. Outras marcas chinesas, como a Omoda & Jaecoo, pertencente ao grupo Chery, também devem intensificar suas importações nos próximos meses, para evitar o impacto das novas tarifas. Esse tipo de estratégia pode gerar uma nova onda de estoques elevados no mercado, o que pode impactar a dinâmica de preços e a competitividade no mercado de veículos.
A Produção Local e o Desafio das Promessas Não Cumpridas
Apesar do sucesso nas vendas e das estratégias agressivas de importação, a produção local de veículos no Brasil ainda está longe de ser uma realidade para a BYD. Embora a marca tenha anunciado planos para montar veículos em Camaçari, na Bahia, a construção das instalações da empresa está atrasada. Além disso, a promessa de contratar 10 mil trabalhadores até agosto de 2025 ainda não foi cumprida, e a construção de novos prédios está longe de ser concluída. O atraso na produção local é um reflexo das dificuldades enfrentadas pela empresa para montar sua infraestrutura no Brasil, além de problemas relacionados às condições de trabalho de trabalhadores estrangeiros contratados para as obras.
Até o momento, a maior contribuição da BYD para o Brasil tem sido em termos de vendas de veículos importados, o que tem gerado um impacto negativo na balança comercial do país. O custo da importação de veículos de alto valor, juntamente com os investimentos feitos pela marca na formação de estoques, tem pressionado as finanças brasileiras. No entanto, a empresa continua a expandir sua presença no mercado, com planos de continuar investindo em novos modelos e novas tecnologias, apesar dos desafios.
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O Futuro da BYD no Brasil
Olhando para o futuro, a BYD parece determinada a continuar sua trajetória de crescimento no Brasil, apostando na eletrificação e em modelos híbridos para conquistar ainda mais consumidores. No entanto, o sucesso dessa estratégia dependerá da capacidade da marca de superar os desafios relacionados à produção local, ao custo dos veículos e às questões fiscais. Com o aumento dos impostos de importação e a necessidade de ajustar sua produção para atender às demandas locais, a empresa precisará equilibrar suas estratégias de preço e estoque para continuar sua expansão no mercado brasileiro.

A decisão de não estabelecer uma produção local de veículos de forma rápida pode ter impacto em sua imagem, pois os consumidores tendem a valorizar a fabricação nacional. Além disso, a crescente pressão sobre as finanças do Brasil devido à balança comercial desfavorável pode gerar maior escrutínio sobre as operações da empresa no país. A BYD, portanto, se encontra em um ponto de inflexão, onde suas decisões estratégicas nos próximos anos terão um impacto significativo em sua presença e no sucesso contínuo no Brasil.