BYD na Europa: A Revolução que Pode Derrubar Gigantes Automotivos!
A presença da BYD na Europa está se expandindo rapidamente, e a gigante chinesa já é vista como uma das principais forças de mudança no mercado automotivo do continente. A marca, que tem se destacado pela produção de veículos elétricos (EVs), tem planos ambiciosos para o futuro e, de acordo com Alfredo Altavilla, consultor especial da BYD na Europa, se os objetivos da empresa forem atingidos, algumas das fabricantes europeias tradicionais podem ter dificuldades para sobreviver.
Altavilla, que discursou no seminário #FORUMAutoMotive realizado na Itália no dia 18 de março, compartilhou suas perspectivas sobre o crescimento da BYD na região e os impactos dessa evolução no cenário automobilístico europeu.

Guia do Conteúdo
O Crescimento da BYD na Europa: O Desafio para os Fabricantes Locais
Em seu discurso, Altavilla destacou que a BYD está prestes a dobrar suas vendas na Europa em 2025, um feito impressionante, considerando a competição feroz que a marca enfrenta no mercado. De acordo com os analistas, a empresa tem conquistado uma fatia significativa do mercado de veículos elétricos, o que coloca a BYD como uma ameaça real para os fabricantes tradicionais europeus, como Volkswagen, BMW, Mercedes-Benz e outros. Se os objetivos da BYD forem alcançados, há uma possibilidade real de que algumas dessas marcas locais percam terreno ou até desapareçam, como alertou Altavilla.
A crescente popularidade dos modelos da BYD está ligada não apenas ao apelo de seus carros elétricos, mas também à estratégia de preços competitivos, que têm atraído muitos consumidores europeus, especialmente aqueles em busca de opções mais acessíveis no mercado de EVs. A BYD tem feito um esforço contínuo para aumentar sua presença, aumentando a gama de modelos disponíveis e expandindo a rede de carregamento de veículos elétricos.
Expansão do Catálogo de Modelos: Novas Marcas e Modelos no Horizonte
A BYD está em um processo contínuo de ampliação de seu portfólio de produtos, com o objetivo de atender uma gama maior de consumidores. Além dos modelos já conhecidos, como o BYD Atto 3 e o BYD Tang, a marca está considerando a introdução de outras marcas no mercado europeu, como Denza e Yangwang. Estas marcas também estão sendo especuladas para o Brasil, e isso mostra a intenção da empresa em ampliar sua atuação global, incluindo mercados emergentes como o brasileiro.
As marcas Denza e Yangwang são conhecidas por sua proposta premium e tecnológica, e sua possível chegada à Europa pode representar um novo passo para a BYD em um segmento mais sofisticado do mercado de carros elétricos. A chegada dessas marcas não só ampliaria o leque de opções, mas também posicionaria a BYD como uma marca de referência em diferentes faixas de preço e categorias de veículos.
Além disso, a BYD está avaliando a possibilidade de expandir sua rede de carregamento na Europa, inspirada na infraestrutura que já possui na China. Com uma rede de carregamento proprietária, a empresa poderá oferecer uma experiência ainda mais conveniente para os usuários de seus carros elétricos, especialmente em um continente onde a infraestrutura de recarga ainda precisa de mais investimentos e expansão para atender à demanda crescente de veículos elétricos.
Negociações com Fornecedores Europeus: Parcerias Estratégicas para Produção Local
Outro passo importante para a BYD em sua expansão europeia envolve a colaboração com fornecedores locais. Nos últimos meses, uma delegação da marca se reuniu com fornecedores de componentes automotivos na Itália, com o objetivo de discutir potenciais parcerias. A BYD pretende estabelecer colaborações com fornecedores que possam abastecer suas fábricas localizadas na Hungria e na Turquia. A fábrica húngara deve começar a operar ainda este ano, enquanto a planta turca deve começar suas atividades a partir de 2026.
Altavilla, que também é responsável pela expansão da BYD na Europa, destacou que a empresa não forçará seus fornecedores a relocar suas atividades ou a se estabelecerem nas proximidades imediatas de suas fábricas. Ao contrário, a BYD planeja adotar uma abordagem mais flexível, permitindo que as parcerias sejam feitas de maneira que beneficiem ambas as partes.
Essa abordagem visa garantir que a BYD possa operar de forma mais eficiente e produtiva na Europa, criando uma cadeia de suprimentos local robusta e sustentável. A colaboração com fornecedores italianos é um passo estratégico para a gigante chinesa, que está empenhada em estabelecer uma forte presença industrial no continente.
A Seleção da Terceira Fábrica na Europa: Desafios e Expectativas
Atualmente, a BYD já possui fábricas em Hungria e Turquia, mas a empresa não para por aí. Altavilla confirmou que a marca está em busca de um local para sua terceira fábrica na Europa, e o processo de seleção já está em andamento. De acordo com o consultor da BYD, a decisão sobre a localização da nova planta será tomada até o final de 2025

Embora a Alemanha tenha sido considerada uma opção para a nova fábrica, Altavilla foi claro ao desmentir os rumores que circularam na imprensa nos últimos dias, afirmando que não há decisões definitivas sobre a localização. Ele também afirmou que, apesar do crescente interesse pela Alemanha, a BYD enfrenta desafios devido à resistência de alguns países europeus aos carros chineses.
Altavilla explicou que a Itália, por exemplo, tem adotado uma posição mais dura em relação à importação de carros chineses, com a introdução de taxas mais altas para veículos provenientes da China. Isso pode dificultar a escolha de alguns locais para a nova planta, já que a empresa precisa levar em consideração não apenas os custos de produção, mas também as regulamentações locais e as políticas governamentais que impactam as operações da empresa na região.
Desafios Regulatórios e o Futuro do Mercado de Veículos Elétricos na Europa
Em sua fala no seminário, Altavilla também abordou o impacto das políticas ambientais da União Europeia, como o Green Deal, que visa promover a eletrificação do transporte e a redução das emissões de CO2. De acordo com o consultor, a insistência em uma transição 100% elétrica até 2035 é uma meta irrealista, e a indústria automobilística deveria ser mais flexível, permitindo a continuidade dos híbridos plug-in como uma alternativa válida durante a transição.
Além disso, Altavilla criticou a suspensão das multas decididas pela União Europeia, que, segundo ele, aumentaram a incerteza no setor e afetaram negativamente a confiança do consumidor. O adiamento das penalidades para as fabricantes que não cumprissem as metas de emissões de CO2 só piorou o cenário, já que os consumidores ficaram mais hesitantes em adquirir novos veículos e as vendas desaceleraram.
A Visão da BYD para o Futuro do Mercado Automotivo Europeu
A BYD tem mostrado uma visão ousada e assertiva para o futuro do mercado automotivo europeu. Com o crescimento rápido de suas vendas e a ampliação de sua linha de produtos, a empresa está se tornando uma concorrente de peso para os fabricantes tradicionais, desafiando as normas estabelecidas no mercado de veículos elétricos.
Se os planos da BYD forem bem-sucedidos, a empresa não só mudará a dinâmica da indústria automotiva na Europa, mas também poderá estabelecer novos padrões para a produção e a comercialização de veículos elétricos. A expansão da infraestrutura de carregamento, o fortalecimento das parcerias locais e a abertura de novas fábricas são passos importantes para garantir que a BYD se estabeleça como uma líder de mercado no continente.
A questão central, como destacou Altavilla, é como as fabricantes europeias reagirão a essa crescente pressão. Se a BYD conseguir manter sua trajetória de crescimento e continuar a superar as expectativas, algumas das marcas europeias tradicionais poderão ser forçadas a se reinventar para sobreviver ou, em casos mais extremos, desaparecer do mercado. O futuro do mercado automotivo na Europa parece estar em uma encruzilhada, e o desempenho da BYD será fundamental para determinar o rumo dessa transformação.
