China pressiona União Europeia para reduzir taxa de seus carros até dia 4 de julho
A China solicitou à União Europeia que retire a sobretaxa de até 38,1% imposta aos seus carros elétricos até o dia 4 de julho. A medida visa retomar as negociações com o bloco continental para estabelecer uma nova política de tarifas.
Pequim expressou sua insatisfação com a imposição da sobretaxa, alegando que ela foi aplicada como punição aos fabricantes chineses que não colaboraram com uma investigação sobre subsídios promovidos pelo governo chinês às montadoras locais.

Segundo a agência Reuters, a China está buscando evitar uma nova guerra tarifária e, por isso, está solicitando negociações com Bruxelas. No último sábado (22), o comissário da União Europeia, Valdis Dombrovskis, e o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, se reuniram na Alemanha para discutir o assunto.
A pauta principal do encontro foi a situação dos carros elétricos chineses no mercado europeu. Ambas as partes concordaram em iniciar negociações no próximo mês, visando estabelecer regras para o comércio bilateral.
O jornal chinês Global Times publicou que ambas as partes desejam evitar uma nova guerra tarifária, pois a China prometeu retaliar a União Europeia e ambas as economias teriam muito a perder nesse cenário.
A entrada de carros elétricos chineses no mercado europeu tem preocupado a União Europeia, que vê os preços competitivos desses veículos, apoiados por subsídios chineses considerados ilegais por Bruxelas, como uma ameaça à indústria automotiva do continente.

Por esse motivo, a União Europeia implementou uma barreira para reduzir a importação em massa de carros chineses. Além das suspeitas em relação aos subsídios, Bruxelas também exigiu que as montadoras chinesas forneçam informações mais detalhadas sobre seus processos industriais e comerciais.
Essas medidas levaram a China a acusar a União Europeia de espionagem industrial, argumentando que as exigências ultrapassam o necessário. A China também prometeu retaliar o bloco com sobretaxas em outros setores, como carne e laticínios, mesmo que não diretamente relacionados.
A expectativa agora é que um acordo seja alcançado para permitir a continuidade do fluxo de carros elétricos chineses para a União Europeia. No entanto, é improvável que as tarifas voltem ao patamar de 10% como eram anteriormente.