30 Anos de Golf e Tem Seu Retorno Eminente!
O Volkswagen Golf, um dos carros mais emblemáticos da montadora, completa 30 anos de história no Brasil e está prestes a fazer um retorno. Considerado o modelo mais importante da Volkswagen no mundo, o Golf está sempre entre os mais vendidos na Europa e sua qualidade é frequentemente utilizada como padrão por outras fabricantes. No Brasil, ele deixou de ser produzido há quatro anos, mas a montadora já sinalizou a intenção de reintroduzi-lo como um importado. Apesar de sua ausência, o Golf mantém um público fiel, o que garante a valorização dos modelos usados.
A trajetória do Golf no Brasil começou em abril de 1994, quando a terceira geração foi importada da Alemanha. A Volkswagen iniciou a oferta com a versão esportiva GTI, equipada com um motor 2.0 de 8 válvulas e 116 cv. No ano seguinte, a linha se expandiu com a chegada das versões GL 1.8, importada da Alemanha, e GLX 2.0, vinda do México. Também foram trazidos modelos como o GTI com motor VR6 2.8 de 174 cv e a versão conversível 2.0. Contudo, a terceira geração não teve o mesmo sucesso no Brasil que seus concorrentes locais, como o Honda Civic.
A Volkswagen tinha planos ambiciosos para o segmento. Enquanto construía uma nova fábrica em São José dos Pinhais (PR) para produzir o Golf e o Audi A3, a quarta geração do modelo foi lançada como importada. Essa versão estava disponível com motores 1.6, 2.0 e GTI 1.8 turbo de 20 válvulas. Na época, a oferta de equipamentos era bastante limitada para os padrões brasileiros, permitindo até a compra de um Golf sem limpador e desembaçador traseiro, com vidros manuais e apenas com airbag duplo. No entanto, a qualidade do carro era indiscutível.
A quarta geração do Golf foi um divisor de águas para a Volkswagen, elevando o padrão dos interiores e da tecnologia oferecida. Esse movimento fazia parte de uma estratégia maior do grupo VW para posicionar as marcas Skoda e Seat como opções mais acessíveis. Na Europa, havia uma grande variedade de versões, com até 12 opções de motores a gasolina, variando de 1.4 a VR6 3.2.
Em 1999, o Golf passou a ser fabricado no Brasil, junto com o Audi A3. A padronização dos equipamentos foi feita para atender ao gosto local, incluindo itens de conveniência que se tornaram padrão, como o limpador traseiro. As versões continuaram as mesmas: 1.6, 2.0 e GTI. A nacionalização do modelo ocorreu em um momento estratégico, pois a concorrência aumentava com a chegada de novos modelos, como o Chevrolet Vectra e o Ford Focus.
O Golf nacional foi equipado com o motor 1.6 SR, um propulsor de alumínio com coletor de admissão variável, compartilhando características com o AP-600. O motor 2.0 era semelhante ao utilizado no Santana, apresentando um bloco de ferro fundido. O destaque ficou por conta do motor 1.8 turbo de 20 válvulas do GTI, que entregava 150 cv. Ambos os motores contavam com a opção de câmbio automático.
A Volkswagen afirmava que o Golf produzido no Brasil era idêntico ao modelo europeu e, inicialmente, poderia até ser exportado para lá sem modificações. No entanto, as exportações acabaram seguindo para os Estados Unidos, com algumas adaptações exigidas pela legislação local.
Em 2001, o Golf nacional começou a se diferenciar do modelo europeu ao substituir o motor 1.6 SR pelo EA111, um motor com projeto mais antigo. Embora o novo motor apresentasse alguns retrocessos técnicos, como um coletor fixo, manteve a mesma potência, mas oferecia torque em rotações mais baixas. Ele trouxe também um acelerador eletrônico e o câmbio MQ200, que ainda é utilizado na linha Volkswagen.
No ano de 2002, o motor do GTI recebeu ajustes que aumentaram sua potência de 150 para 180 cv, tornando-o o carro mais rápido do Brasil na época, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 7,8 segundos. O GTI recebeu uma edição especial, chamada VR6, que contava com um motor 2.8 de 24 válvulas e 200 cv. Essa versão era mais esportiva, com rodas de 17 polegadas e um câmbio manual de seis marchas.
A quarta geração do Golf continuou sua produção, recebendo apenas edições especiais, como a Generation e a Black & Silver. Em 2003, a Volkswagen causou um novo salto em qualidade ao lançar a quinta geração do Golf. Esse modelo trouxe uma suspensão traseira independente e uma construção mais refinada, o que elevou seu custo de produção.
Diante disso, a Volkswagen optou por criar uma reestilização local da quarta geração, resultando em um modelo que dividiu opiniões. O design recebeu faróis maiores e um para-choque mais simples, enquanto a traseira ganhou um vigia maior. Embora o modelo fosse bem resolvido, refletia o estilo dos anos 90.
A Volkswagen fez ajustes no motor 1.8 turbo do GTI para superá-lo em desempenho, visando responder ao lançamento do Honda Civic Si, que se tornou o carro nacional mais potente. Em 2003, o Golf GTI entregou 193 cv quando abastecido com gasolina de alta octanagem, embora o Civic também apresentasse um aumento de potência.
Com a chegada da sétima geração, o Golf começou a ser importado novamente, primeiro da Alemanha e depois do México. Essa versão trouxe melhorias significativas, especialmente no interior, que fizeram com que até a Mercedes-Benz adiasse o lançamento de um novo modelo para não ficar atrás do VW.
O Golf de sétima geração foi disponibilizado em versões específicas, como Comfortline e Highline, ambas equipadas com motor 1.4 TSI. O GTI também voltou, equipado com um motor 2.0 TSI. A Volkswagen considerou nacionalizar o modelo, mas antes disso, começou a importá-lo do México.
Com a produção nacional iniciada em 2016, toda a linha do Golf hatch passou a ser feita em São José dos Pinhais (PR). O motor 1.4 TSI se tornou flex, enquanto a suspensão traseira multilink foi substituída por um eixo de torção, que só foi mantido no GTI. Também foi introduzido o motor 1.6 16v MSI, oferecendo uma alternativa para os consumidores mais conservadores.
No entanto, a carreira do Golf de sétima geração foi mais curta que a da quarta, com a crescente popularidade dos SUVs reduzindo a demanda por hatches médios. Um leve facelift ocorreu em 2018, mas em 2019, a linha foi restrita apenas ao GTI, que foi descontinuado no mesmo ano.
A Volkswagen ainda importou 200 unidades do GTE, um modelo híbrido plug-in, mas as vendas foram fracas. O fim da produção do Golf deixou os fãs sem opções, que se viram obrigados a escolher entre o sedã Jetta GLI ou o hatch Polo, que não entregava a mesma experiência de condução.
Com a recente popularização de modelos esportivos como o Honda Civic Type R e o Toyota GR Corolla, a Volkswagen confirmou durante o Rock in Rio 2024 que pretende importar o GTI de oitava geração para o Brasil. O carro foi exposto no evento, sinalizando uma recepção positiva do público. Espera-se que o GTI retorne em 2025, revigorando a paixão dos aficionados pelo modelo.