Governo Italiano não gostou nada do novo Alfa Romeo Milano
Em um movimento audacioso, a Alfa Romeo introduz no mercado automobilístico seu mais recente modelo SUV eletrificado, batizado de Milano. Este lançamento tem gerado ampla discussão, não pela qualidade ou especificações técnicas do veículo, mas por uma questão legal intrínseca ao seu nome, que homenageia a cidade natal da montadora, Milão.
O Milano é construído sobre a plataforma CMP, uma colaboração desenvolvida pela PSA, compartilhada com modelos como o Peugeot 2008, Jeep Avenger e Fiat 600e. Oferecendo opções de motorização elétrica de 240 cv e híbrida de 156 cv, o veículo se destaca por suas credenciais ambientais e performance. Contudo, o cerne da controvérsia não reside em suas especificações técnicas ou conformidade com normas de segurança.
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A Controvérsia do Nome “Milano”
A escolha do nome Milano pela Alfa Romeo infringe uma legislação italiana que rege as denominações de origem. Segundo a lei, aprovada pelo Parlamento Europeu em 24 de dezembro de 2003, para um produto levar o nome de uma região italiana, ele deve ser produzido dentro do território nacional. No entanto, o SUV é montado em uma fábrica da Stellantis localizada na Polônia.
Esta situação levantou questionamentos das autoridades italianas que comparam essa estratégia àquela utilizada na produção de alimentos típicos, como o Parmigiano-Reggiano, que só pode ser denominado como tal se for fabricado nos arredores de Parma. De acordo com as regras vigentes: “É ilegal tanto importar quanto exportar mercadorias que apresentem rotulagem de origem falsa ou enganosa.”
As autoridades argumentam que nomear o carro como Milano, sendo este produzido fora da Itália, constitui uma prática enganosa para os consumidores. No entanto, essa controvérsia parece refletir também uma insatisfação com a perda potencial de arrecadação tributária decorrente da escolha pela produção no exterior.
A Defesa da Stellantis
Carlos Tavares, CEO da Stellantis, defendeu a decisão argumentando que a produção do Milano na Polônia beneficia não apenas os poloneses e consumidores europeus como também a economia do continente. Ele destacou que se o veículo fosse montado na Itália, seu custo final ao consumidor seria aproximadamente 25% maior.
Estima-se que o preço inicial do Milano seja em torno de 30 mil euros (aproximadamente R$ 162 mil em conversão direta), valor significativamente mais acessível em comparação aos 40 mil euros (cerca de R$ 216 mil) caso fosse produzido em solo italiano.
A polêmica envolvendo o Alfa Romeo Milano ressalta as complexidades legais e econômicas enfrentadas pelas montadoras na atualidade. Enquanto isso, os admiradores da marca e entusiastas do setor automotivo aguardam ansiosos para ver como essa disputa será resolvida e qual será o impacto final para os consumidores.