GWM Vai Produzir Carros Híbridos no Brasil Antes da BYD: O Que Esperar da Nova Fábrica?
A montadora GWM (Great Wall Motors), de origem chinesa, acaba de dar um grande passo para estabelecer sua presença no Brasil. A marca anunciou que começará a produção de seus veículos na planta de Iracemápolis, no interior paulista. Com essa novidade, a GWM se prepara para fazer uma revolução no mercado automotivo brasileiro, especialmente no segmento de veículos híbridos, o que promete alterar o cenário da indústria automobilística no país. Ao contrário de outros gigantes do setor, como a BYD, que ainda está em processo de montagem local, a GWM se antecipa e começará a produzir híbridos antes de sua concorrente.
Este movimento da GWM não só impacta a marca, mas também traz uma série de inovações tecnológicas para o mercado brasileiro, com destaque para os carros híbridos, que estão em plena expansão no país. Vamos entender o que está por trás dessa decisão da GWM e o que o mercado pode esperar dessa nova fase.

Guia do Conteúdo
GWM Anuncia Início de Produção de Carros Híbridos no Brasil
A GWM confirmou que, após meses de especulação e adiamentos, a produção de veículos em sua planta de Iracemápolis finalmente começará no primeiro semestre de 2025. Originalmente, a expectativa era que as montadoras começassem a produção em maio, mas ajustes finais na fábrica agora indicam que a operação será iniciada até junho de 2025. O foco inicial da montadora será na linha de SUVs da marca Haval, incluindo o H6 PHEV (híbrido plug-in), o H6 HEV (híbrido) e a versão cupê H6 GT.
Esses modelos híbridos chegam ao Brasil com uma novidade importante: eles contarão com motorização 1.5 turbo flex, um tipo de motorização ainda inédito no país, especialmente em modelos híbridos plug-in. Atualmente, o Brasil conta com opções híbridas flexíveis apenas nos modelos Corolla e Corolla Cross, que utilizam motorização plena (não plug-in). Portanto, a chegada dos Haval H6 representará uma nova geração de híbridos no Brasil, trazendo mais opções para os consumidores que desejam optar por veículos sustentáveis e de baixo impacto ambiental.
A Mudança do Modelo de Produção: Do CKD para a Montagem Local
Um dos pontos mais importantes dessa nova fase para a GWM é a decisão de mudar o modelo de produção. Ao invés de adotar o sistema CKD (completa knock-down), em que os carros chegam ao Brasil já parcialmente montados e são finalizados aqui, a GWM decidiu adotar uma abordagem mais nacionalizada. Isso significa que, em vez de apenas montar os carros de forma simples, a montadora irá montar os veículos peça por peça na própria fábrica de Iracemápolis. Essa mudança é significativa porque permite que a GWM utilize a cabine de pintura da fábrica, anteriormente utilizada pela Mercedes-Benz, garantindo uma produção mais eficiente e com maior controle de qualidade.
Além disso, essa decisão está diretamente ligada ao programa Mover, um incentivo fiscal do governo federal que visa estimular a produção local de veículos no Brasil. Para se beneficiar desse programa, a GWM precisará atingir uma meta de 40% de nacionalização da produção. Isso implica em usar mais componentes produzidos localmente, o que também irá ajudar a acelerar a entrega dos veículos ao mercado brasileiro e possibilitar a exportação para outros países da região com tarifas reduzidas. A empresa tem a meta de atingir 60% de nacionalização a médio e longo prazo, o que reforçará ainda mais a presença da GWM no Brasil.
Benefícios da Produção Local: Economia e Empregos
A escolha de produzir os carros localmente tem um impacto importante não apenas para a GWM, mas também para a economia brasileira. A planta de Iracemápolis, que já emprega cerca de 300 funcionários diretos, será uma peça-chave na estratégia da GWM de se consolidar no Brasil. A empresa também já iniciou uma parceria com aproximadamente 100 fornecedores locais, que fornecerão as peças e componentes necessários para a fabricação dos veículos, incluindo baterias para os modelos híbridos.

Este movimento de nacionalização não só ajudará a GWM a reduzir custos, mas também impulsionará a economia local, criando mais empregos e estimulando o crescimento da cadeia produtiva no Brasil. Além disso, a produção local permitirá uma maior flexibilidade na oferta de veículos, ajustando-se rapidamente à demanda do mercado.
A Visão de Longo Prazo da GWM no Brasil
A GWM já tem planos ambiciosos para o futuro. No primeiro momento, a fábrica de Iracemápolis terá uma capacidade de produção de 20.000 veículos por ano. No entanto, essa capacidade será ampliada nos próximos três anos, com a previsão de que a fábrica produza até 50.000 unidades anualmente. A montadora tem como objetivo diversificar seu portfólio de produtos, incluindo a produção da picape média Poer, que já foi flagrada em testes nas ruas brasileiras.
Esse aumento na capacidade de produção será acompanhado pela crescente demanda do mercado brasileiro por veículos híbridos e elétricos. A GWM também está apostando em um mercado crescente, pois cada vez mais consumidores buscam alternativas mais sustentáveis e econômicas, especialmente considerando as questões ambientais e o aumento do preço dos combustíveis. Com essa estratégia de ampliação, a GWM se posiciona para atender a uma demanda cada vez maior por carros híbridos e elétricos, consolidando-se como uma marca forte no Brasil.
GWM e BYD: A Corrida pelo Mercado de Carros Híbridos no Brasil
Uma das grandes vantagens da GWM é sua capacidade de iniciar a produção de modelos híbridos antes da BYD, outra gigante chinesa que também está se preparando para o mercado brasileiro. A BYD já confirmou que iniciará a produção local de seus modelos híbridos em breve, mas a GWM sairá na frente, o que pode lhe garantir uma fatia significativa do mercado antes da chegada da concorrente.
A estratégia da GWM, portanto, não se resume apenas a produzir carros de forma local, mas também a ganhar tempo na corrida para dominar o mercado de veículos híbridos no Brasil. Esse movimento antecipado permitirá que a GWM construa uma base sólida de consumidores e fornecedores, o que ajudará a fortalecer sua presença no mercado brasileiro a longo prazo.
O Impacto para os Consumidores e o Mercado Brasileiro
O grande impacto dessa produção de veículos híbridos pela GWM no Brasil será para os consumidores. A chegada de modelos híbridos com motorização 1.5 turbo flex oferece mais opções no mercado, especialmente considerando que a maioria dos modelos híbridos disponíveis no Brasil atualmente são de marcas já consolidadas. A novidade da GWM trará carros com tecnologias de ponta a preços mais acessíveis, o que certamente atrairá muitos consumidores.
Além disso, a nacionalização da produção e a estratégia de aumentar a competitividade com a entrada de mais opções de carros híbridos pode impulsionar a evolução do mercado automotivo brasileiro. Os consumidores terão acesso a uma gama mais ampla de modelos eficientes, que atendem não apenas às necessidades econômicas, mas também às preocupações ambientais.
O Futuro da GWM no Brasil e a Conquista do Mercado de Carros Sustentáveis
A GWM está se posicionando para ser uma das principais referências no mercado brasileiro de veículos híbridos e elétricos. Com sua nova planta em Iracemápolis e um plano bem estruturado de nacionalização da produção, a montadora chinesa tem tudo para conquistar uma fatia significativa desse mercado em expansão. A antecipação da produção local em relação à BYD pode ser um fator decisivo para a marca, consolidando-a como líder no segmento de veículos sustentáveis no Brasil.

Os próximos anos serão decisivos para a GWM, que precisa equilibrar a produção, o aumento da nacionalização e o atendimento à demanda do mercado. Se conseguir cumprir suas metas, a empresa não só reforçará sua posição no Brasil, mas também poderá se expandir para outros mercados da América Latina, contribuindo para o crescimento do setor de carros híbridos e elétricos na região.
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Portanto, a GWM não só traz inovação ao mercado, mas também se prepara para dar um passo importante no futuro da mobilidade sustentável no Brasil.