Ninguém nos EUA realmente quer comprar veículos elétricos
O problema dos veículos elétricos (EVs) já foi a limitação de oferta, mas agora se tornou a demanda. Nos Estados Unidos, os EVs estão ficando por muito mais tempo nas concessionárias do que seus equivalentes a gasolina e se acumulando, já que os compradores continuam a ignorar principalmente os carros totalmente elétricos, como relata a Axios.
Apesar de as montadoras estarem lançando novos modelos de EVs em suas linhas e a produção estar aumentando, as pessoas ainda estão preocupadas com o carregamento e o preço dos EVs.
Guia do Conteúdo
Compradores de carros estão mais interessados em veículos elétricos do que nunca, segundo relatório da Cox Automotive
De acordo com os últimos relatórios da Cox Automotive, os compradores de carros estão muito mais interessados em veículos elétricos agora do que no passado: 51% dos compradores que participaram de uma recente pesquisa da Cox estão considerando comprar um carro elétrico novo ou usado, o que é um aumento em relação aos 38% em 2021.
E a Cox afirma que as vendas de carros elétricos vão ultrapassar a marca de 1 milhão pela primeira vez em 2023, com as vendas representando cerca de 6,5% de todo o mercado automotivo nos Estados Unidos até agora.
Fornecimento de carros elétricos supera a demanda nos EUA
Apesar disso, parece que o fornecimento de carros elétricos está superando significativamente a demanda. A quantidade de carros elétricos totalmente equipados no país aumentou em 350% neste ano, com um estoque nacional de mais de 92.000 veículos.
Isso se traduz em um suprimento de 92 dias de carros elétricos, quase o dobro da média atual para carros a gasolina.
Oferta de veículos elétricos ainda não ameaça suprimento de híbridos e carros a combustão interna
Embora a oferta saudável de veículos elétricos (EVs) possa não parecer alarmante, já que a média do setor é um suprimento de 70 dias durante os “tempos normais”, segundo o Axios, os veículos equipados com motor de combustão interna (ICE) atualmente estão em um suprimento de 54 dias. E os híbridos estão tendo um ano particularmente bom, com um suprimento de apenas 44 dias.
Os híbridos plug-in e tradicionais da Toyota estão se saindo bem em 2023, com um suprimento atual para o Prius e RAV4 de menos de 30 dias cada um. O Axios afirma que isso reafirma o argumento da Toyota de que os compradores de carros precisam de uma “pedra de apoio” do ICE para os EVs.
Como se a popularidade dos híbridos da Toyota não fosse suficiente, o argumento de que a tecnologia elétrica ainda é apenas um passo intermediário pode ser comprovado pelo Toyota Bz4X, que ficou parado nos lotes dos revendedores por longos 101 dias – quase o dobro dos carros movidos a gasolina à venda hoje.
Por outro lado, pode ser injusto incluir todos os carros elétricos com o Bz4X, que tem sido assolado por recalls e outros problemas. O fato é que o Toyota Bz4X não é o único EV que está parado nos lotes dos revendedores.
Veículos elétricos como Audi Q4 e-tron e GMC Hummer EV SUV têm mais de 100 dias de estoque disponível
Atualmente, alguns modelos de veículos elétricos, como o Audi Q4 e-tron, Q8 e-tron e o GMC Hummer EV SUV, estão com mais de 100 dias de estoque disponível. O Ford Mustang Mach-E tem uma oferta de 117 dias, mas a Ford espera um aumento na demanda nos próximos meses.
Já o Genesis Electrified G80 tem a maior oferta, com 350 dias de estoque. A montadora coreana vendeu apenas 18 desses sedãs no primeiro semestre de 2023, possivelmente devido ao preço de cerca de US$ 82.000 e à falta de elegibilidade para créditos fiscais federais devido ao preço elevado.
Veículos elétricos: oferta não é mais um problema, mas demanda ainda preocupa
No passado, a indústria automotiva enfrentava problemas na cadeia de suprimentos que limitavam a produção de veículos elétricos. Contudo, agora parece que a oferta não é mais um problema. O que ocorre é que, como Elon Musk já havia alertado anteriormente, há uma questão de demanda. Mas, de acordo com analistas do setor, nem tudo é desesperador.
Os preços dos carros elétricos devem atingir a paridade com os veículos a combustão interna até 2025. Essa promessa, porém, já foi feita antes.
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