O que está por trás da grande redução de estoques da Fiat e Jeep nos EUA? Descubra como a Stellantis virou o jogo!
A Stellantis, gigante automotiva dona de marcas como Fiat, Jeep e Ram, deu um passo decisivo para reduzir seus estoques nos Estados Unidos, atingindo a marca de 100 mil unidades a menos no final de 2024. A medida é parte de uma estratégia mais ampla para reverter a queda das vendas e reorganizar a operação da montadora no maior mercado de veículos do mundo. Antonio Filosa, responsável pelas operações norte-americanas da Stellantis, falou sobre os esforços realizados pela empresa para diminuir o acúmulo de veículos nas concessionárias, o que inclui um movimento agressivo de descontos para atrair consumidores.

Esta redução de estoques marca o fechamento de um ciclo de dificuldades para a Stellantis, que enfrentou uma série de desafios internos e externos. As ações começaram em setembro, quando a empresa estabeleceu a meta de ter no máximo 330 mil veículos em estoque até o fim de 2024. Embora esse objetivo tenha sido alcançado, o caminho até lá não foi fácil, e, segundo Filosa, a montadora teve que investir pesado em promoções e descontos para liquidar o excesso de produtos.
O que motivou a mudança na Stellantis?
Para entender essa estratégia de redução, é preciso olhar para os problemas que a montadora enfrentava antes de Filosa assumir o comando. O ex-CEO Carlos Tavares havia adotado uma política de preços agressiva, que visava aumentar a competitividade da Stellantis, mas acabou gerando um efeito colateral negativo: o aumento dos estoques e a queda nas vendas. Esse cenário acabou gerando um mal-estar com fornecedores, concessionárias, acionistas e o próprio conselho da montadora, o que resultou na saída inesperada de Tavares em dezembro de 2024, quase 18 meses antes do término de seu contrato.
Com a saída de Tavares, a liderança da Stellantis passou para um comitê executivo interino, liderado por John Elkann, presidente do conselho. Esse novo arranjo temporário gerou especulações sobre quem seria o próximo CEO da companhia, com Filosa sendo apontado como um dos principais candidatos para assumir permanentemente o cargo. A expectativa é que a próxima gestão tenha um foco mais voltado à agilidade e à adaptação rápida aos desafios do mercado, especialmente com a transição para os veículos elétricos.

Desafios pela frente: A era dos carros elétricos e as tarifas de importação
Filosa, no entanto, reconhece que ainda há muitos obstáculos a serem enfrentados pela Stellantis, especialmente no que diz respeito à crescente demanda por veículos elétricos. O setor automotivo vive um momento de grande transformação, e a Stellantis, assim como outras montadoras, terá que lidar com a incerteza em relação à aceitação e à produção de carros elétricos, além dos desafios tecnológicos que essa nova fase impõe.
Outro fator que pode afetar os planos da montadora é a política comercial do governo dos Estados Unidos. A Stellantis produz uma boa parte dos seus veículos Jeep e Ram no México, e as possíveis tarifas de 25% sobre importações vindas do México e do Canadá, prometidas por Donald Trump, podem impactar diretamente a operação da empresa nos EUA. A montadora terá que se preparar para um cenário econômico desafiador caso essas tarifas sejam implementadas, o que pode aumentar os custos de produção e prejudicar a competitividade dos modelos no mercado norte-americano.
O futuro da Stellantis e o papel de Filosa
Filosa, que assumiu a liderança da Stellantis na América do Norte em outubro de 2024, foi responsável por orquestrar a mudança no rumo da montadora, implementando a estratégia de redução dos estoques e buscando reverter os efeitos negativos da gestão anterior. Sua experiência e postura pragmática no setor o colocam como um forte candidato para assumir o cargo de CEO da Stellantis. O novo líder da montadora precisará ser rápido e flexível para enfrentar não apenas os desafios econômicos e políticos que se apresentam, mas também para se adaptar às novas demandas do mercado, como o crescimento do setor de carros elétricos.
Em resumo, a redução de estoques de veículos em 100 mil unidades pela Stellantis reflete um movimento estratégico para reverter um cenário de vendas em declínio e reorganizar as operações da montadora nos Estados Unidos. A empresa está em um momento crucial de transformação, com grandes desafios pela frente, mas também com a possibilidade de se consolidar como uma líder no mercado automotivo mundial, desde que saiba navegar nas incertezas econômicas e tecnológicas que marcam o futuro do setor.

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