Taxar veículos elétricos importados será a “burrice” do ano, caso seja aprovada!

Os fabricantes de veículos automotores estão pedindo ao governo para taxar veículos elétricos, apesar de seu discurso anterior de reduzir a carga tributária.

Taxar veículos elétricos importados será a "burrice" do ano, caso seja aprovada!
Taxar veículos elétricos pode ser um tiro no pé – Fonte/Reprodução: original.

A Anfavea está pressionando o governo federal para emitir um decreto que aumente em 35% a taxa de importação para veículos elétricos de origem chinesa.

Isso se deve ao fato de que as empresas internacionais que produzem carros no Brasil estão preocupadas com a chegada dos veículos elétricos “made in China”, que têm preços ainda mais baixos do que os modelos a combustão que elas oferecem.

Fabricantes de veículos pedem aumento na hora de taxar veículos elétricos para competir com carros elétricos chineses!

Para manter a preferência dos consumidores brasileiros, as montadoras alemãs, francesas, italianas, japonesas, norte-americanas e sul-coreanas precisam de proteção tributária. Isso ocorre porque essas empresas não investem na modernização de suas fábricas, o que as impede de competir com as mais de 80 marcas chinesas que surgiram nos últimos anos.

De forma simples, basta pegar um carro elétrico BYD Dolphin que custa R$ 150 mil, aumentar seus impostos em mais de 33% e fazer com que seu preço final ao consumidor chegue a R$ 220 mil, favorecendo aqueles que vendem carros hatch transformados em SUVs por até R$ 130 mil.

Impostos para carros elétricos importados e a culpabilização do governo pela queda nas vendas de veículos novos no Brasil!

A Anfavea, que defende a elevação de impostos para carros elétricos importados, provavelmente culpará o governo quando as vendas de veículos novos diminuírem novamente. Eles dirão que a carga tributária no Brasil é excessiva e que o “custo Brasil” é o culpado.

É importante lembrar que, enquanto uma aspirina, por exemplo, tem o mesmo preço nos Estados Unidos e na China, ela custa o dobro na África do Sul e 30 vezes mais no Brasil do que o preço de referência internacional.

Se houver uma suposta invasão de carros elétricos chineses, seria lógico e razoável que os fabricantes brasileiros solicitem uma redução de suas próprias cargas tributárias para tornar seus carros mais baratos e competitivos em relação aos estrangeiros.

Fabricantes de carros no Brasil pedem aumento de carga para carros elétricos chineses, em vez de reduzir preços

No Brasil, as fabricantes de carros estão agindo de forma contrária ao que seria esperado, ao invés de trabalharem para reduzir o preço final dos seus carros produzidos aqui, elas estão pedindo o aumento da carga em relação aos carros elétricos fabricados na China.

Isso mostra que elas já perceberam que a eletromobilidade é inevitável e que não conseguem mais convencer os consumidores com modelos a combustão mais baratos. Em vez de investirem bilhões de dólares na modernização de suas linhas de produção, elas preferem o protecionismo.

É curioso que esse pedido de decreto vai contra o Projeto de Lei 2.327/2021, que prioriza a reciclagem e o reaproveitamento de componentes de baterias de carros elétricos na fabricação de novas baterias.

Projeto de lei estimula compra de carros elétricos e cria rede de recarga pública no Brasil

Recentemente, foi aprovado na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara o projeto de lei 2.156/21, que estimula a compra de carros elétricos, a criação de uma rede de recarga pública e medidas para facilitar a conversão de carros com motor a combustão para elétricos.

Projeto de lei estimula compra de carros elétricos e cria rede de recarga pública no Brasil
Imagem ilustrativa dos carregadores elétricos públicos – Fonte/Reprodução: original.

Além disso, o projeto de lei 915/23 exige que os carros elétricos tenham um sistema automático de desligamento e resfriamento da bateria em caso de acidente com acionamento dos airbags.

É surpreendente que a Anfavea queira que o Presidente da República publique um decreto que vá contra projetos de lei que estão em andamento no Congresso.

Investimentos chineses podem ser uma oportunidade para a indústria automotiva brasileira

As fabricantes brasileiras correm o risco de prejudicarem ainda mais a si mesmas. A entrada de investimentos de fabricantes chinesas no país não significa uma perda, mas sim um ganho para a indústria e para a soberania nacional.

Pouco tempo depois do encerramento da produção da Ford no Brasil, uma gigante chinesa, que é duas vezes maior do que a marca americana, assumiu a fábrica na Bahia e planeja produzir veículos eletrificados pensando em um futuro longo prazo.

Aumento de impostos sobre carros elétricos chineses pode prejudicar evolução da eletromobilidade no Brasil

Caso a proposta de aumento de impostos sobre carros elétricos chineses seja aprovada, o Brasil estará seguindo um caminho contrário à evolução da eletromobilidade.

Ainda são vendidos carros a preços altos e defasados, dificultando a manutenção das montadoras, que precisam remeter cada vez mais lucro para as matrizes. Em 2012, o governo isentou o IPI para carros novos, mas isso não gerou aumento nas vendas, que na verdade diminuíram 0,3%.

Na época, a medida tinha como objetivo manter os empregos no setor automotivo, gerando mais de 27 mil vagas temporárias. Entretanto, a médio prazo, houve demissão de 200 mil trabalhadores entre 2014 e 2016.

Remessas de lucro e o futuro dos veículos elétricos no Brasil!

Ao observar as remessas de lucro no valor de US$ 14,6 bilhões (equivalente a R$ 25,9 bilhões) enviadas para as matrizes no exterior, fica evidente para onde o dinheiro está indo. Já se tentou o mesmo plano há mais de uma década, porém, desta vez, a situação pode ser muito pior.

Há riscos de muitas marcas que dominam o mercado brasileiro fecharem ou reduzirem suas fábricas e passarem a operar apenas com veículos elétricos importados, produzidos em grandes fábricas no exterior.

Isso vai impedir a qualificação do mercado nacional e impossibilitar que elétricos mais modernos e baratos estejam disponíveis, enquanto ainda nos convencem de que os motores a combustão são o futuro. Em resumo, parafraseando Renato Russo, que país é esse?

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Thiago Klaumann
Administrador de empresas, profissional de marketing e empreendedor na internet. Fã de Fórmula 1, Stock Car, Moto GP e demais categorias de corridas, é apaixonado por automobilismo desde criança. Piloto de kart nas horas vagas, está sempre antenado em todos os lançamentos do mercado. Atualmente dedica-se à redação do portal Agora Motor, publicando artigos, notícias, pesquisas, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.
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Ivan Gustavo Willemann
1 comentário
  • Responder

    A ANFAVEA é a culpada pelo atraso no setor automotivo, não querem diminuir seus lucros astronômicos vendendo estas carroças que chamam de automóvel.

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