A expectativa de 1,4 milhão de carros elétricos nas ruas até 2030!
De acordo com uma pesquisa realizada pela Bright Consulting, o Brasil está prestes a vivenciar um aumento significativo nas vendas de carros elétricos nos próximos anos. A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) já destacou os números impressionantes registrados no primeiro semestre de 2024, com 79.304 emplacamentos de veículos híbridos e elétricos. No entanto, a tendência é que esses números aumentem ainda mais.
Ford Fiesta pode voltar em 2026, mas totalmente elétrico!
Segundo o estudo E-Mobility Scenarios 2030, da Bright Consulting, é previsto que o número de emplacamentos de carros novos atinja a marca de 200.000 unidades até o final deste ano, sendo que 72.000 desses serão carros elétricos, representando uma fatia de 36% do mercado. E até 2030, espera-se que esse número cresça ainda mais, chegando a impressionantes 1,4 milhão de carros elétricos. Esse crescimento se dará principalmente pela maior oferta e pela previsão de redução de preços nos próximos anos.
No entanto, vale ressaltar que mesmo com esse avanço no mercado dos veículos elétricos, a grande maioria dos carros brasileiros, ou seja, 87,5%, ainda dependerá dos combustíveis fósseis. Porém, é esperado que os veículos híbridos, especialmente os leves, tenham uma presença mais expressiva entre os modelos com motor a combustão.
No primeiro semestre deste ano, segundo dados da ABVE, os carros elétricos representaram 39% das vendas, enquanto os híbridos plug-in (PHEV) foram responsáveis por 29,5%. Já os híbridos flex ou não flex representaram 23,3% do total, enquanto os híbridos leves ou micro híbridos (MHEV) tiveram apenas 8,2% de participação. No entanto, o estudo aponta que os MHEVs podem ganhar uma fatia maior do mercado devido à facilidade na produção.
Dos 1,4 milhão de carros elétricos previstos para 2030, estima-se que 55% sejam de origem chinesa, sendo que 65% desses serão importados diretamente da China. Os outros 35% serão pelo menos montados no Brasil, mas com a importação de peças e componentes importantes. Isso ocorre porque a cadeia de suprimentos nacional ainda não será capaz de suprir toda a demanda inicial. Além disso, as baterias utilizadas nos carros elétricos requerem dispositivos e processos exclusivos de controle e segurança, o que demanda uma linha de produção dedicada.
Portanto, é importante ressaltar que esses carros elétricos terão apenas as partes mais básicas produzidas nacionalmente, como vidros, pintura, bancos e rodas. Já os híbridos leves são mais simples e seus sistemas elétricos de 12V ou 48V podem ser fabricados junto com os modelos a combustão. Além disso, suas baterias menores e mais simples reduzem os custos adicionais, tornando-os mais acessíveis e impulsionando suas vendas.
Segundo a Bright Consulting, essa transição para os veículos elétricos será crucial para atingir as metas de aumento da eficiência energética estabelecidas pelo programa MOVER do Governo Federal. Ou seja, essa transição servirá como uma ponte até que as baterias dos veículos elétricos se tornem mais baratas e acessíveis.
A previsão é que o início dessa transição ocorra no final deste ano, com os primeiros híbridos leves (ou micro híbridos) fabricados no Brasil. A Stellantis será uma das primeiras montadoras a iniciar a produção desses veículos, começando pelo Polo Automotivo de Goiana, em Pernambuco, e posteriormente nas unidades de Betim (MG) e Porto Real (RJ), todos ainda em 2024.
Além disso, a GM também anunciou que pretende fabricar híbridos no Brasil a partir de 2025, porém ainda não informou qual será o tipo de veículo. Já a Toyota, que atualmente monta os modelos Corolla e Corolla Cross em regime CKD (Complete Knock-Down), pretende iniciar a produção de motores elétricos e baterias no Brasil até 2030.