Por que Volkswagen Taos, Tiguan e Jetta não pagam as tarifas de Trump?
A guerra comercial entre os EUA e seus parceiros do USMCA (Estados Unidos-México-Canadá) ganhou novo capítulo e a Volkswagen está surfando nessa onda, sem pagar a multa. Enquanto a Trump impôs tarifas de 25% para importações do México e do Canadá, a montadora alemã anunciou que os veículos produzidos na América do Norte ficarão imunes a essa cobrança. Mas o que isso significa para o mercado automotivo e para as outras marcas? Descubra todos os detalhes neste artigo que explica o impacto dessa decisão e como ela pode transformar a competitividade no setor.

Guia do Conteúdo
A Estratégia da Volkswagen
Segundo um porta-voz do Grupo Volkswagen, os veículos produzidos em sua planta de Puebla, no México, cumprem integralmente as exigências do acordo USMCA. Entre os modelos beneficiados estão o Taos, o Tiguan e o Jetta, que juntos representaram 61% das vendas da Volkswagen of America em 2024. Ao garantir a isenção das tarifas, a Volkswagen reforça sua estratégia de fortalecer a posição no mercado norte-americano, minimizando custos para os consumidores e ampliando sua competitividade.
Durante um comunicado, a montadora destacou que a concessão do adiamento de 30 dias por parte do presidente Trump para a implementação das tarifas foi crucial. Esse prazo adicional permite que as montadoras que atendem aos requisitos do USMCA se organizem e se adaptem sem sofrer o impacto imediato das taxas. Para a Volkswagen, essa decisão é um grande alívio, pois os custos extras poderiam afetar não só a margem de lucro, mas também a percepção do consumidor quanto ao preço final dos veículos.
Comparativo com Outras Montadoras
Enquanto a Volkswagen celebra sua isenção, outras montadoras enfrentam desafios diferentes. A BMW, por exemplo, informou que seus veículos produzidos nos Estados Unidos e no México – incluindo modelos da Série 3, Série 2 Coupé e o esportivo M2 – não se enquadram nas regras do USMCA. Essa situação pode sujeitá-los às tarifas impostas, elevando o custo para os consumidores. Cerca de 10% das vendas da BMW nos EUA são de veículos importados do México, o que pode afetar significativamente sua competitividade frente aos concorrentes.
A Mazda, por sua vez, declarou que, pelo momento, seus modelos Mazda3 e CX-30 fabricados no México não estarão sujeitos às tarifas, mas a empresa aguarda esclarecimentos definitivos do governo. Essa postura cautelosa reflete a incerteza que ainda paira sobre as regras do USMCA para diversos fabricantes, e a necessidade de um entendimento mais claro sobre quais montadoras serão beneficiadas ou prejudicadas pelas novas políticas tarifárias.
O Lobby e as Manobras no Mercado
Além das grandes marcas, outras empresas como General Motors, Ford e Stellantis estão engajadas em intensos esforços de lobby para garantir isenções ou condições mais favoráveis. Essas montadoras elogiaram o adiamento de 30 dias concedido por Trump, pois isso lhes dá mais tempo para ajustar suas operações e alinhar seus processos de produção com os requisitos do acordo. Essa articulação é fundamental para que elas possam manter os preços competitivos e não repassar custos adicionais aos consumidores.
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Por outro lado, entre as marcas do Grupo Volkswagen, Audi e Porsche enfrentam um desafio maior, pois não possuem fábricas nos Estados Unidos. A Audi, que produz o SUV Q5 em sua planta no México, viu esse modelo se tornar o mais vendido da marca no mercado norte-americano em 2024, com 56.799 unidades, representando quase 30% das vendas totais. Apesar disso, a Audi ainda não se pronunciou sobre se o Q5 atenderá integralmente às exigências do USMCA, o que deixa uma dúvida no ar quanto à possível incidência das tarifas.
A Mercedes-Benz, por sua vez, afirmou não ter recebido detalhes específicos sobre as novas mudanças tarifárias. A montadora, que fabrica veículos no Canadá e no México, ainda não deixou claro se seus modelos serão isentos ou se terão que arcar com os custos extras. Essa incerteza mostra que o cenário é bastante dinâmico e que as regras ainda podem ser ajustadas conforme as negociações avançam.
Impactos para o Consumidor e o Mercado
A isenção das tarifas para os modelos produzidos pela Volkswagen tem um impacto direto no preço final para o consumidor. Com os custos extras evitados, a montadora consegue manter sua competitividade, oferecendo veículos com preços mais acessíveis sem sacrificar a qualidade e a tecnologia. Essa estratégia é especialmente importante em um mercado cada vez mais sensível ao preço e à oferta de novas tecnologias, onde cada centavo conta para fechar uma venda.
Para o consumidor, a decisão da Volkswagen é um alívio, pois garante que o investimento em um Taos, Tiguan ou Jetta não será corroído por taxas inesperadas. Esse fator pode aumentar a confiança na marca e incentivar mais compras, consolidando a posição da Volkswagen como líder no segmento de SUVs e sedãs produzidos na América do Norte.
No entanto, para outras marcas que não se beneficiam da isenção, o cenário pode ser diferente. A BMW e outras montadoras que poderão ter que repassar os custos das tarifas aos consumidores enfrentam um desafio para manter seus preços competitivos. Isso pode levar a uma reavaliação das estratégias de preço e a possíveis ajustes no portfólio de produtos, com a intenção de equilibrar a balança no mercado.
Estratégias e Expectativas para o Futuro
O impacto das tarifas impostas pelo governo dos EUA vai além do preço final dos veículos; ele influencia a estratégia global das montadoras. A isenção concedida à Volkswagen é um exemplo de como alinhar a produção com as regras do USMCA pode ser vantajoso. As montadoras que conseguirem adaptar suas operações rapidamente terão uma vantagem competitiva significativa no mercado norte-americano, um dos maiores do mundo.
Nesse contexto, espera-se que as montadoras investam cada vez mais em suas operações locais. A produção nos países do USMCA não só garante a isenção das tarifas, mas também reduz os custos logísticos e melhora a agilidade na resposta à demanda do mercado. Esse movimento pode levar a uma reestruturação das linhas de produção e a uma maior integração entre as operações na América do Norte, fortalecendo a competitividade das empresas que conseguem se adaptar mais rapidamente.

Para o futuro, o cenário é de incerteza para algumas marcas, mas também de oportunidades para aquelas que conseguirem navegar por esse ambiente regulatório desafiador. Se as regras do USMCA continuarem a favorecer a produção local, montadoras como a Volkswagen poderão consolidar sua liderança e, possivelmente, expandir sua participação no mercado. Já aquelas que dependerem de importações ou que não se enquadrarem nas exigências podem enfrentar dificuldades e precisarão repensar suas estratégias.