Voltz faliu? Empresa tem apenas 34 emplacamentos no último mês!
A Voltz Motors, fabricante brasileira de motos elétricas, enfrentou um desempenho abaixo do esperado durante o mês de setembro de 2023. De acordo com dados divulgados pela Fenabrave (associação das concessionárias de veículos) e obtidos a partir dos registros do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), apenas 34 motos elétricas da marca foram emplacadas no período.
Esse resultado representa o pior desempenho do ano e é o mais baixo desde o início de 2021, quando a empresa estava ainda em fase de crescimento no país. Vale ressaltar que não há informações oficiais sobre o funcionamento da fábrica da Voltz em Manaus, desde que surgiram notícias sobre um processo de despejo contra a empresa no final de maio.
Desde então, a marca tem mantido silêncio sobre os detalhes de sua operação, além de apresentar números de emplacamentos abaixo das expectativas. Um exemplo disso é o pico alcançado em maio de 2022, quando a Voltz registrou 611 motos emplacadas no Brasil.
No acumulado deste ano, a Voltz contabiliza 1.629 motocicletas emplacadas entre janeiro e setembro. Esse número representa uma queda superior a 50% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registradas 3.658 unidades.
A fábrica da Voltz, inaugurada há pouco mais de um ano em Manaus, recebeu investimento de R$ 12 milhões e possui uma área total de 11 mil m². Apesar de sua capacidade anual ser de 180 mil unidades, a empresa emplacou somente cerca de 1.600 motos elétricas até o momento. No momento em que surgiram informações sobre o processo de despejo, a marca afirmou que a fábrica estava operando normalmente.
No entanto, consultada novamente por nossa reportagem no final de agosto, a empresa não confirmou se a fábrica continua operando e nem se houve uma resolução para o processo movido contra a marca. Quando os detalhes do processo ganharam repercussão na mídia, a Voltz informou que mantinha uma relação amigável com os locadores e aguardava um novo aporte financeiro para resolver os problemas de caixa. No entanto, nenhum anúncio adicional foi feito desde então.
Antes mesmo da construção da fábrica, a Voltz recebeu um aporte de R$ 100 milhões, sendo R$ 95 milhões provenientes do grupo Creditas e R$ 5 milhões da UVC Investimentos, ligada ao grupo Ultra.
Informações vindas de clientes indicam que ainda existem muitas motos atrasadas aguardando entrega aos compradores. Em outubro do ano passado, a Voltz anunciou uma fila de espera com mais de 14 mil motos elétricas. Além disso, os clientes têm relatado dificuldades para obter reembolso após o cancelamento das compras.
A presença da Voltz nas redes sociais tem sido reduzida. Desde o dia 1º de abril, não há mais publicações em seu feed do Instagram, sendo que apenas algumas ações esporádicas são atualizadas nos stories.
Diante desse cenário, fica evidente que a Voltz Motors enfrenta desafios significativos no mercado brasileiro de motos elétricas. Resta aguardar por novas informações sobre o funcionamento da fábrica e possíveis soluções para os problemas enfrentados pela empresa.